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Só metade das famílias poupa. 84% deixa dinheiro em depósitos à ordem
16/04/2024 18:50

As famílias em Portugal pouparam no ano passado menos do que na pandemia e estão a deixar mais dinheiro nos depósitos. As conclusões são do relatório do 4.º inquérito à literacia financeira da população portuguesa, divulgado esta terça-feira pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF). Na comparação internacional dos conhecimentos financeiros, Portugal fica acima da média.

A generalidade dos 1.510 entrevistados (82,1%) do inquérito de 2023 revela ter pelo menos uma forma de planear e controlar o orçamento familiar, uma ligeira melhoria face a 2020 (80,8%). "Contudo, a proporção de entrevistados que refere cada forma de planeamento e controlo diminuiu: cerca de um terço toma nota das suas despesas ou faz um plano para gerir o rendimento e as despesas (cerca de 40% em 2020), mais de um quarto separa o dinheiro para pagar as contas do dinheiro para pagar gastos do dia-a-dia (31,2% em 2020) e um quinto toma nota das contas que terá de pagar para não se esquecer (35,6% em 2020)", explica o relatório.

Os mais jovens (16 a 24 anos) são os que revelam menos preocupação com o planeamento e controlo do orçamento familiar, o que está em linha com a maior frequência com que referem que as decisões financeiras são tomadas por terceiros.

Quanto à poupança, mais de metade dos entrevistados em 2023 afirma que poupou no último ano (53,9%), percentagem inferior às de 2020 (65%) e 2015 (68,3%). Contudo, "esta diminuição ocorre num contexto de pós-pandemia, potenciador de aceleração no consumo, e também de início de subida da taxa de inflação e consequente aumento dos gastos das famílias", aponta o CNSF.

Em simultâneo, em 2023, aumentou "significativamente" a proporção de entrevistados que deixa poupança na conta de depósito à ordem (84%, o que compara com cerca de 60% em 2020 e em 2015), mas "continuam a ser cerca de um terço os que aplicam o dinheiro em depósitos a prazo".

Apesar da diminuição da poupança no último ano, o CNSF sublinha que aumentou para 67,6% a proporção de inquiridos que afirma ter capacidade de pagar uma despesa inesperada de montante equivalente ao seu rendimento mensal sem ter de pedir dinheiro emprestado ou a ajuda de familiares ou amigos (cerca de 61% em 2020 e 2015).

Já a percentagem dos que referem ter rendimento suficiente para cobrir o seu custo de vida cresceu para 79,5% (o que compara com cerca de 62% em 2020 e 2015). Da mesma forma, também subiu a proporção de pessoas que consegue cobrir as despesas por um período superior a três meses no caso de perder a sua principal fonte de rendimento (50,3% em 2023, 38,6% em 2020 e 30,3% em 2015).

Olhando para o futuro, a maioria dos entrevistados (80,9%) diz esperar financiar a sua reforma através dos descontos para a segurança social ou outro regime contributivo obrigatório e cerca de um quarto (27,2%) refere que vai utilizar o dinheiro que poupou. A proporção de entrevistados que estão confiantes no seu planeamento da reforma aumentou (47,3% em 2023, 43,9% em 2020 e 36,9% em 2015), sendo esta confiança maior entre os que pretendem usar as suas poupanças.

Portugal em 13.º lugar no indicador global de literacia financeira

"A maioria dos entrevistados continua a revelar atitudes e comportamentos adequados na gestão do orçamento familiar, uma vez que valoriza o futuro, evita compras por impulso, controla o orçamento e não tem indícios de incumprimento", conclui o conjunto de supervisores financeiros.

Na comparação internacional realizada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), através da International Network on Financial Education (INFE), em 2023, Portugal surge em 13.º lugar no indicador global de literacia financeira. Com um valor de 63,4 neste indicador, o país fica acima da média dos 39 países analisados (60,4) e da média dos 20 países da OCDE (62,7 pontos) que participaram no exercício.

Tal como em exercícios de comparação anteriores, Portugal tem uma posição "relativamente favorável" no indicador de atitudes financeiras, em que ficou em sétimo lugar, e no indicador de comportamentos financeiros, onde obteve o 11.º lugar.

O CNSF destaca os resultados acima da média na valorização do futuro, na resolução de um problema pontual de rendimento insuficiente sem recurso ao crédito e nas questões relacionadas com a ponderação das despesas, o controlo sistemático das finanças pessoais e o pagamento atempado das contas. Em sentido contrário, Portugal apresenta resultados menos favoráveis no indicador de conhecimentos financeiros, tendo ficado em 21.º lugar com valores abaixo da média dos países participantes em cinco das sete questões incluídas neste indicador.

"Apenas dois quintos dos entrevistados revelam preocupação com a realização de investimentos em empresas orientadas para a sustentabilidade, ao discordarem de que é mais importante investir em empresas lucrativas do que em empresas que se esforçam por melhorar o seu impacto ambiental e/ou social. Este resultado está em linha com o desconhecimento que os entrevistados revelam sobre investir em investimentos sustentáveis", acrescenta o CNSF.

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