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A Fosun, as "sete magníficas" e o peso dos salários
19-03-2024 07:01

Bom dia,

A Fosun admite vender a participação de cerca de 20% que tem no BCP. A notícia foi avançada pela agência Reuters e o Negócios sabe que na semana passada a administração da gigante chinesa esteve em Portugal, sendo que a avaliação do banco foi um tema em cima da mesa. O cenário de venda é possível, se a Fosun não conseguir alienar outros ativos. 

Na Primeira Linha, analisamos o desempenho das tecnológicas apelidadas de "sete magníficas". No ano passado, a Apple, a Microsoft, a Alphabet, a Amazon, a Meta Platforms, a Nvidia e a Tesla dominaram os retornos do mercado no índice Standard & Poor’s 500. Mas será que este crescimento pode ser sustentado? Talvez não agregadamente.

O peso dos salários no produto interno bruto (PIB) aumentou ligeiramente no ano passado, mas a um ritmo que parece insuficiente para alcançar o objetivo acordado com os parceiros sociais para 2026. As metas constam do acordo assinado em outubro de 2022, documento que foi revisto no ano passado, mas sem alterar os fundamentos da versão original. De acordo com os dados, ainda preliminares, divulgados há poucos dias pelo Eurostat, o peso dos salários e contribuições sociais pagas a favor dos trabalhadores registou um avanço superficial – de apenas três décimas –, passando de 46,6% para 46,9% do PIB, abaixo da meta de 48,3% em 2026.

Foi há um ano que o mundo conheceu o desfecho da crise no Credit Suisse. O governo suíço e o banco central helvético anunciavam a fusão do gigante financeiro com o concorrente UBS. A operação deu origem a um colosso com objetivos de se afirmar ainda mais no mundo financeiro global. Mas os riscos do peso de um banco desta dimensão, a par de investigações e uma Comissão Parlamentar de Inquérito ainda a decorrer, fazem crer que, um ano depois dessa noite, o caso ainda gera preocupações.

No capítulo da energia, contamos-lhe que ao fim de três anos, a Nigéria – o maior fornecedor de gás natural da Galp – continua a falhar sistematicamente na entrega das cargas contratadas a longo prazo com a petrolífera portuguesa.

Outro tema da atualidade: os juros. Nesta segunda-feira o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, afirmou que acredita que o Banco Central Europeu (BCE) está "em condições de cortar as taxas de juro de referência", mas sem apontar datas.

Porque é terça-feira, temos nas nossas páginas o Radar África, onde escrevemos sobre o atual relacionamento de Angola com os Estados Unidos e a China. João Lourenço conseguiu um alívio no pagamento da dívida de Angola à China e esta circunstância mostra que a visita a Pequim foi bem-sucedida. Mas como não há bela sem senão, dos Estados Unidos estão a surgir sinais preocupantes.

Boas leituras!